Estudo | Glenio Fonseca Paranaguá - O Imperativo Imperioso
O Imperativo Imperioso
Não existe pessoa que não exerça influência
. Ninguém vive neste mundo sem a condição de deixar marcas. Richard Baxter costumava dizer: Tocamos em poucas coisas, mas deixamos sempre as impressões digitais. Todos nós temos possibilidade de exercer contribuição para os outros. Podemos inspirar um modelo de elegância moral ou deixar cicatrizes disformes e repelentes no caráter. A coisa mais séria em todo o mundo é essa questão de influência pessoal.O cristão autêntico é o exemplo de uma pessoa marcante. Ele influi pela sua conduta silenciosa, expressão de sua vida real com Jesus Cristo, e se comunica apropriadamente através de uma pregação comprometida com a mensagem do Evangelho. Não há cristão que oculte o seu ser, nem encubra o seu crer. Integridade de coração é coisa indispensável.
É impossível viver neste mundo como um genuíno cristão e não se importar com a situação do mundo. Ser cristão é ser uma personalidade chave nas condições mundiais de hoje. Nossa presença aqui na terra não é mero efeito de procriação, mas verdadeiro propósito da regeneração. Deus nos salvou para que nós sejamos agentes insistentes da pregação do Evangelho, e não simples assistente da história. A menor agência de correio pode conter uma carta que tem a possibilidade de arruinar ou abençoar uma nação. E a vida mais singela pode emitir bênçãos capazes de redirecionar um continente na direção de Deus. Nenhum homem é tão insignificante ao ponto de não poder exercer alguma influência de mau ou de bem em favor dos outros.
No reino de Deus não há lugar para inválidos ou aposentados. Não há asilos nem recolhimentos de reformados. Patrícia Young é uma viva ilustração desta atitude. Aos dois anos de idade, um violento ataque de poliomielite deixou-a para sempre paralítica. Durante a segunda guerra mundial foi gravemente ferida por um estilhaço de granada. Posteriormente, em conseqüência de uma operação no cérebro, ficou quase cega. Entretanto, foi despertada através da palavra que sua amiga lhe disse: Não te resta senão um coto de vela. Pois bem, você deve acendê-la para iluminar os outros. E motivada por um missionário que deplorava não ter boa leitura no seu campo de trabalho, Patrícia tornou-se agente para coletar bons livros e revistas, e enviá-los às várias missões do mundo. Do seu aposento restrito ela influenciou muitas pessoas enviando milhares de livros que contribuíram para o aprimoramento de muita gente.
Não há desculpa nem explicações que consigam nos afastar do imperativo imperioso da pregação do Evangelho. Ninguém pode se eximir de sua responsabilidade alegando incapa-cidade, imperícia, ignorância ou imobilidade. Mesmo um coto de vela é apto para alumiar por algum tempo. Certo pregador de renome que ficou cego, foi aconselhado pelos membros de sua congregação a jubilar-se e descansar na intimidade do seu lar. Segundo eles, o pregador havia perdido a condição de ministrar às multidões com a mesma competência. Mas o velho ministro não possuía mentalidade inativa nem postura de aposentadoria, por isso considerou o telefone uma forma eficaz de atuação. Em poucos anos de atividade já havia contatado e confrontado mais pessoas com a mensagem do Evangelho, do que os seus últimos anos do ministério naquela igreja. Sua visão ocular havia sido danificada, mas sua visão ministerial foi vantajosamente ampliada. Os perdidos estão em todos os lugares e nós precisamos comunicar-lhes o plano da salvação.
A realidade é muito simples. Quem foi salvo se interessa pela salvação dos outros. Quem crê, fala com fé daquilo que crê. Ninguém pode se justificar com evasivas descabidas. Por exemplo: Eu sou uma pessoa inculta. É bom relembrar: Jesus não escolheu doutores, mas homens ignorantes. Ao verem a intrepidez de Pedro e João, sabendo que eram homens iletrados e incultos, admiraram-se; e reconheceram que haviam eles estado com Jesus. Atos 4:13. Instrução não é requisito para se pregar o Evangelho, nem analfabetismo é pretexto para se deixar de pregar. Não é cultura, mas conhecimento pessoal de Jesus a condição de ser testemunha. A igreja não é Academia de Letras, mas uma frota de barcos de pesca. A perícia do evangelista não se encontra no grau de ensino, mas na intimidade que o pescador de homens nutre com o Senhor Jesus Cristo e na disposição de obedecer a sua Palavra.
A ênfase do Senhor Jesus aos seus discípulos foi clara: Ide por todo o mundo e pregai o Evangelho a toda criatura. Marcos 16:15. O Evangelho não cai das nuvens como chuva, por acidente, mas é levado pelas mãos dos homens, para onde Deus o enviou. Nenhum cristão está liberado da última ordenança do Senhor Jesus. O cristão é convocado a penetrar no mundo com o objetivo de testemunhar de Cristo, proclamando o Evangelho que envolve não só a morte e ressurreição de Cristo, mas também a sua morte e ressurreição com Cristo. A boa notícia que gera salvação é na verdade da nossa morte e ressurreição juntamente com Cristo. A tarefa do cristão é tornar o Senhor Jesus visível, inteligível e desejável. Mas Ele só se tornará visível em nós, quando nós crermos que estamos invisivelmente mortos nEle.
Alguém já disse: Não podemos levar o mundo todo a Cristo, mas podemos levar Cristo a todo o mundo. Nossa tarefa é uma tarefa mundial. Ela não pode mais ser dividida em compartimentos artificiais e geográficos de missões nacionais e estrangeiras. Por isso toda iniciativa para levar a mensagem pura do Evangelho ao maior número de pessoas é a estratégia mais conveniente. "Garrafas contendo mensagens têm flutuado através dos oceanos durante muitos séculos. Algumas costumam conduzir mensagens de amor, esperança e pedidos de informações; enquanto outras clamam por socorro; outras ainda contêm pedidos de um companheiro ou correspondente. Cristóvão Colombo, quando em viagem para a Índia, em 1493, jogou ao mar uma garrafa contendo mensagem para a rainha Isabel I da Espanha. Tal garrafa foi recolhida por um oficial da marinha mercante americana e enviada diplomaticamente à rainha Isabel II, 359 anos depois do seu lançamento ao mar."
"Algumas pessoas nos dias atuais, estão enviando mensagens de pregação do Evangelho usando garrafas escuras bem lacradas. O Rev. Jewel T. Pierce, do Alabama EUA, por mais de 30 anos vem colocando mensagens do Evan-gelho em garrafas de uísque, as quais são jogadas no rio Coosa, que desemboca no Golfo do México. Estas garrafas antes foram recipientes de bebida entorpecedora, mas agora se tornaram veículos da mensagem salvadora. Mais de 30 mil garrafas já foram lançadas nas águas e cerca de 6 mil respostas provenientes de vários estados americanos e países estrangeiros, revelaram a importância deste trabalho. Algumas dessas respostas elogiam o trabalho daquele ministro, ao mesmo tempo que confessam as conversões, dos remetentes, ao Senhor Jesus." A grande necessidade da igreja é ter um espírito de evangelização, usando todos os métodos legítimos, e não apenas um esforço temporário. É imperioso o imperativo da pregação, porque ai de mim se não pregar o Evangelho!