Estudo | Glenio Fonseca Paranaguá - A PARÁBOLA DA LÂMPADA
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A PARÁBOLA DA LÂMPADA
Em seguida, Jesus lhes perguntou: “Alguém acenderia uma lâmpada e a colocaria sob um cesto ou uma cama? Claro que não! A lâmpada é colocada num pedestal, de onde sua luz brilhará. Marcos 4:21 (NVT).
“A lâmpada aqui representa as verdades que o nosso Senhor comunicou aos seus discípulos. Essas verdades não deveriam ser colocadas sob um cesto ou debaixo da cama, mas ao ar livre para os homens verem”. A luz não pode ser escondida, mas espargida.
Na criação a luz aparece no primeiro dia e em primeiro plano. Sem a luz não há a energia da criação e sem a iluminação do Evangelho não há o esclarecimento da redenção. João Calvino dizia: “O Senhor não brilha sobre nós, exceto quando tomamos Sua Palavra como nossa luz.” Assim nunca duvide na escuridão do que Deus lhe disse à luz.
O cesto de alqueire aqui pode representar os nossos negócios que roubam o tempo que deve ser dado às coisas do Senhor. Estamos tão ocupados que não temos espaço na agenda para testemunhar da verdade do Evangelho. Muitos cristãos se encontram tão ocupados com os seus negócios, que a luz de Cristo permanece oculta sob as suas tarefas.
A igreja é denominada de candelabro no livro de Apocalipse e tem como evidência a iluminação. “A tarefa do cristão é tornar o Senhor Jesus visível, inteligível e desejável.”
Por outro lado, a cama pode falar de conforto ou da preguiça, ambos inimigos do evangelismo. Parece que Deus raramente usa uma pessoa que se entrega à comodidade.
Alguém disse que “o conforto chega como um convidado, demora-se até se tornar um hóspede e permanece para escravizar-nos.” Esse tipo folgado não encontra tempo para ser um castiçal, já que vive o tempo toda na curtição de sua indolência crônica.
Henry Ward Beecher no séc. 19 afirmou: “Se você está ocioso, está na estrada para a ruína, e há nela poucas paradas. Trata-se mais de um precipício do que de uma estrada.” E pontuou ainda: “Nenhum fazendeiro jamais arou seu campo revolvendo-o em sua mente.”
Da mesma forma, tudo que está escondido será revelado, e tudo que está oculto virá à luz. Marcos 4:22 (NVT).
Jesus falou às multidões em parábolas. A verdade subjacente estava oculta. Mas a intenção era que os discípulos explicassem essas verdades ocultas aos corações dispostos.
Esse versículo pode significar, também, que os discípulos devem lembrar uns aos outros, diante da manifestação vindoura do Senhor, se os negócios ou a autoindulgência foram autorizados a ter precedência sobre o testemunho do Salvador, isso é trágico.
Para John Cordelier: “todos os cristãos vivem uma vida de morte para si mesmos; este é o segredo de sua surpreendente vitalidade,”, pois “o conhecimento divino não é como a luz da lua, sob a qual adormecemos, mas como a luz do sol, sob a qual trabalhamos.”
“Não podemos buscar descanso ou tranqüilidade num mundo, em que aquele a quem amamos nunca teve nada disso.” A luz da Verdade não é um discussão ou debate, mas a proclamação efetiva e permanente da suficiência de Cristo Jesus. E aqui não temos a menor desculpa, se a Sua Luz brilha em nossos corações.
Quem tem ouvidos para ouvir, ouça com atenção! Marcos 4:23 (NVT).
A seriedade dessas palavras é indicada pela advertência de Jesus: "Se alguém tem ouvidos para ouvir, é melhor ouvir". A fé não deixa as pessoas estagnadas nem desatentas. “Onde a Bíblia não tem voz, não devemos ter ouvidos,” mas onde ela tem, é melhor ouvir.
A tradução aqui pode ser: "é melhor ouvir!” que captura a força do imperativo da 3ª pessoa com mais eficácia do que o tradicional "ouça", que soa mais como permissivo do que imperativo. Essa era a expressão comum de Jesus para ouvir e prestar atenção no que alguém está ouvindo. (Mateus 11:15; 13: 9, 43; Marcos 4: 9; Lucas 8: 8, 14:35).
O ouvir atento e obediente da Palavra de Deus é a marca registrada da veracidade da fé. Os melhores ouvintes da Palavra são os seus legítimos praticantes. A maior prova e nosso amor a Cristo é a obediência à Sua Palavra e, portanto, precisamos ouvi-la.
Muitos até ouvem a Palavra, mas não com atenção, pois se ouvissem, obedeceriam. Ouvir com atenção implica em obedecer com devoção. Não se limitem, porém, a ouvir a palavra; ponham-na em prática. Do contrário, só enganarão a si mesmos. Tiago 1:22.
J. Blanchard afirma: “O homem que não está preparado para prestar obediência à Palavra de Deus não é capaz nem de ouvi-la corretamente. Por isso as parábolas tornam-se janelas para algumas pessoas e muros para outras.”
Então acrescentou: “Prestem muita atenção ao que vão ouvir. Com o mesmo padrão de medida que adotarem, vocês serão medidos, e mais ainda lhes será acrescentado. Marcos 4:24 (NVT).
“O Salvador acrescentou outro aviso seriíssimo: ‘Preste atenção ao que você ouve. ’ Se eu ouvir algum mandamento da Palavra de Deus, mas falhar em obedecê-lo, não posso transmiti-lo. O que dá poder e sentido ao ensino é quando os outros veem a verdade na vida do pregador”. Se eu prego a mensagem da cruz, devo pregá-la, pregado na cruz.
Tudo o que compartilhamos da verdade com os outros, volta a nós com a mesma medida. O professor geralmente aprende mais na preparação da lição do que os alunos. E a recompensa será maior do que os nossos desgastes aparentes.
Jesus advertiu que o julgamento injusto seria pago em contrapartida: “Pois com o julgamento que você julgar, você será julgado.” Este princípio de colher o que semeamos é construído em toda a vida e negócios humanos. Marcos aplica aqui o princípio à nossa apropriação da Palavra (4:24), e Lucas aplica-o à nossa liberalidade ao dar (6:38).
O jogo do bumerangue tem essa trajetória, com a força que vai, volta. Ninguém pense que poderá se livrar desta lei de causa e efeito. Pedro ao lançar da sua espada, ouviu: Guarde sua espada”, disse Jesus. “Os que usam a espada morrerão pela espada. Mateus 26:52. Ou seja: quem com ferro fere, com ferro será ferido.
Jesus usou este provérbio muito comum entre o seu povo, para mostra a seriedade do testemunho. Com a medida com que nós avaliamos seremos avaliados.
Dr. Oswald Chambers foi muito claro quando disse: “A melhor medida de uma vida espiritual não são os êxtases, mas a obediência.” Assim, “a maior prova de nosso amor a Cristo é a obediência às leis de Cristo... O amor é a raiz; a obediência é o fruto.”
Pois ao que tem, mais lhe será dado; mas do que não tem, até o que tem lhe será tirado”. Marcos 4:25 (NVT).
“Toda vez que adquirimos uma nova verdade e permitimos que ela se torne real em nossas vidas, pela obediência, temos a certeza de receber mais verdade. Por outro lado, a falta de resposta à verdade resulta na perda do que foi adquirido anteriormente.”
Em questões espirituais, ficar parado é impossível. A pessoa ou ganha ou perde; ou avança ou recua. Quem tiver, será dado. Portanto, de acordo com o governo do céu, mais progresso assegurado, mais avanço no conhecimento, amor, santidade, alegria, etc.,
Toda bênção é uma garantia de mais bênçãos por vir. “Ele terá abundantemente.” Por outro lado, quem não tiver, será levado até àquela aparência de conhecimento, aquele conhecimento superficial de assuntos espirituais, que ele já teve.
William Hendriksen ilustrava: “Não é verdade que a pessoa que aprendeu música suficiente para tocar algumas melodias simples, mas não o suficiente para poder dizer: "Eu dominei este instrumento" e depois pára de praticar, por completo, logo descobrirá que a pouca habilidade que tinha, desapareceu aos poucos? O homem que se recusou fazer uso adequado de seu único talento perdeu até isso (Mt 25: 24–30)”.
O princípio é simples: “Quem tem receberá mais. Quem recebe e usa o que Deus lhe dá, recebe mais ainda; quem não usa o que recebeu vai perder tudo”. João Calvino, falando dos dons espirituais que nos são dados, afirmou: “Na igreja de Cristo não há ninguém tão pobre que não possa compartilhar conosco algo de valor.” Que o Senhor seja glorificado pelos dons que nos deu e pelo nosso conhecimento que armazenamos. Amém.