Estudo | Glenio Fonseca Paranaguá - A PARÁBOLA DOS TRÊS SERVOS
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A PARÁBOLA DOS TRÊS SERVOS
O reino dos céus pode ser ilustrado com a história dum homem que estava para fazer longa viagem. Reuniu seus servos e lhes confiou seu dinheiro, dividindo-o de forma proporcional à capacidade deles: ao primeiro entregou cinco talentos; ao segundo, dois talentos; e ao último, um talento. Então foi viajar. Mateus 25:14-15.
Essa parábola ensina que, quando o Senhor voltar, haverá servos verdadeiros e ‘servos’ falsos. A história gira em torno dum homem que, antes de fazer uma longa viagem, reuniu seus servos e deu a cada um deles quantias variáveis de dinheiro, de acordo com sua própria capacidade. Não há aqui a ideia de comunismo, nem igualdade dos desiguais.
Um recebeu 5 talentos, o outro 2 e o último, 1. Deveriam usar o dinheiro para trazer renda ao senhor. (Capital e trabalho). O homem com 5 ganhou mais 5. O homem com 2 dobrou o seu também. Mas o homem com 1 foi e cavou um buraco e o enterrou.
Não é difícil ver que Cristo é o Senhor e a longa jornada é o período entre os seus dois adventos. Os três servos podem ser os israelitas que viverem durante a grande tribulação, responsáveis por representar os interesses do Senhor ausente ou os cristãos que através das eras receberam encargos de acordo com suas habilidades individuais.
Depois de muito tempo, o senhor voltou de viagem e os chamou para prestarem contas de como haviam usado o dinheiro. O servo ao qual ele havia confiado cinco talentos se apresentou com mais cinco: O senhor me deu cinco talentos para investir, e eu ganhei mais cinco. O senhor disse:Muito bem, meu servo bom e fiel. Você foi fiel na administração dessa quantia pequena, e agora lhe darei muitas outras responsabilidades. Venha celebrar comigo. O servo que havia recebido dois talentos se apresentou e disse: O senhor me deu dois talentos para investir, e eu ganhei mais dois. O senhor disse: Muito bem, meu servo bom e fiel. Você foi fiel na administração dessa quantia pequena, e agora lhe darei muitas outras responsabilidades. Venha celebrar comigo. Mateus 25:19-23 (NVT).
Depois de muito tempo, o senhor voltou e pediu prestação de contas. Isso descreve o Segundo Advento. Os dois primeiros receberam exatamente o mesmo elogio: “Muito bem, servo bom e fiel; você foi fiel em algumas coisas, eu o farei governar sobre muitas coisas. Entre na alegria de seu senhor”.
O teste do serviço não foi quanto ganharam, mas o quanto tentaram fazer. Cada um usou sua habilidade completamente e ganhou 100%. Eles representam os verdadeiros crentes cuja recompensa é desfrutar das bênçãos do reino messiânico.
Por último, o servo que havia recebido um talento veio e disse: Eu sabia que o senhor é homem severo, que colhe onde não plantou e ajunta onde não semeou. Tive medo de perder seu dinheiro, por isso o escondi na terra. Aqui está ele. Mateus 25:24-25 (NVT). (A indolência é inimiga mortal do progresso espiritual).
O terceiro servo não tinha senão insultos e desculpas. Era um mero sindicalista acusando seu senhor de durão e irracional, que colhe onde não havia semeado e ceifa onde não havia espalhado sementes. Ele se desculpou com base no fato de que, paralisado pelo medo, enterrou seu talento. Este servo era, sem dúvida, um incrédulo por excelência; nenhum servo genuíno conceberia tais pensamentos de seu senhor.
O senhor, porém, respondeu: ‘Servo mau e preguiçoso! Se você sabia que eu colho onde não plantei e ajunto onde não semeei, por que não depositou meu dinheiro? Pelo menos eu teria recebido os juros. Mateus 25:26-27 (NVT).
Seu senhor o repreendeu como perverso e preguiçoso. Tendo tais pensamentos sobre o seu senhor, por que não depositou seu dinheiro nas mãos dos banqueiros a fim de ganhar os juros? A propósito, no versículo 26, o senhor não concorda com as acusações contra ele. Em vez disso, ele está dizendo: "Se esse é o tipo de senhor que pensou que sou, mais razão para colocar o talento em prática. Suas palavras o condenam, não o desculpam.
Em seguida, ordenou: ‘Tirem o dinheiro deste servo e deem ao que tem os dez talentos. Pois ao que tem, mais lhe será dado, e terá em grande quantia; mas do que nada tem, mesmo o que não tem lhe será tomado. ` Mateus 25:28-29 (NVT).
Se esse homem tivesse dobrado o talento, teria recebido o mesmo elogio que os outros. Em vez disso, tudo o que tinha para mostrar era um buraco no chão! Ele só sabia o que era cavar e enterrar. O seu talento foi levado e dado ao homem com dez talentos.
Essa é a lei fixa no reino espiritual: “A todos que tiverem, mais será dado e terá abundância; mas daquele que não tem, até o que tem será tirado.” Aqueles que desejam ser usados para a glória de Deus recebem os meios. Quanto mais fazem, mais podem fazer. Por outro lado, perdemos o que não usamos, pois a atrofia é a recompensa da indolência.
“A menção dos banqueiros no versículo 27 sugere que, se não podemos usar os nossos bens para o Senhor, devemos entregá-los a outros que podem. Os banqueiros nesse caso podem ser missionários, sociedades bíblicas, editoras cristãs, programas de rádio e Tv que preguem o evangelho, etc. Num mundo como o nosso, não há desculpa para deixar o dinheiro ocioso. Há muitos que podem fazer aquilo que temos dificuldade em realizar.
Dr. Pierson recomenda: “As almas tímidas, sem capacidade para serviço ousado e independente, em favor do reino de Deus, podem vincular sua incapacidade à capacidade e experiência de outras pessoas, que farão seus dons e bens de uso ao Senhor da Igreja”.
O mordomo que tem dinheiro, mas não tem capacidade, energia ou prática para fazer certas tarefas, na igreja, pode investir naqueles que têm os dons, embora não tenham os recursos para desempenhar com mais eficácia e abrangência. Alguns foram dotados com aptidão para ganhar dinheiro, podendo aplicar em favor daqueles que têm dons diferentes.
Os investidores na obra do Senhor podem mostrar com o seu Senhor obterá lucro na sua obra aqui na terra. Ajuntem seus tesouros no céu, onde traças e ferrugem não destroem, e onde ladrões não arrombam nem furtam. Mateus 6:20 (NVT).
A Igreja existe em parte para que a força de um membro possa ajudar a fraqueza de outro, e que através da cooperação de todos, o poder dos menos e mais fracos possa ser aumentado. Cada membro do corpo trabalha sincronicamente em favor de todos.
Alguém disse: “O mundo é apenas uma sala de espera para a eternidade; ele é para nós o que o deserto foi para Israel; não um lugar de descanso, mas de travessia.” E outra pessoa acrescentou: “Esta vida é todo o céu que o mundano tem, e todo o inferno que o santo verá,” sendo assim, nós devemos viver neste mundo com a perspectiva do eterno.
Por isso: invistam a riqueza deste mundo para fazer amigos. Assim, quando suas posses não mais lhe forem úteis, eles os receberão no lar eterno. Lucas 16:9. Fazer amigo, no reino de Deus, é a maior aplicação que se pode empreender. Investir na obra de evangelização das ovelhas perdidas é tornar um capital perecível em eterno.
Agora lancem este servo inútil para fora, na escuridão, onde haverá choro e ranger de dentes. Mateus 25:30 (NVT). (O preço agora é exorbitante e permanente).
O servo não “lucrativo” foi expulso, excluído do reino e compartilhou do mesmo destino angustiado dos ímpios. Não foi seu fracasso em investir o talento que o condenou; antes, a sua falta de boas obras mostrou que ele não tinha fé salvadora. (Tiago 2:14, 26).
O significado espiritual da parábola pode ser assim resumido por Barnes-Notes
1. Os servos de Deus não são todos dotados de dons e talentos iguais.
2. Eles são despertados a empregar seus talentos na promoção de sua honra e no aprimoramento adequado deles.
3. Empregando os dons de maneira adequada, os aprimoram e se fortalecem.
4. Eles serão julgados de acordo com as melhorias que fizerem.
5. Os pecadores olham para Deus como senhor duro, irracional e tirânico.
6. Eles serão julgados, não apenas por fazer o mal, mas por deixarem de fazer o que é certo.
7. Se o servo que manteve o talento inteiro e o devolveu ao senhor intacto foi julgado, condenado e rejeitado, - o que deve esperar aquele que abusa de seus talentos, destruindo as faculdades nobres que lhes são conferidas e desperdiçando a propriedade que poderia ser empregada para promover os interesses do reino de Deus?
Essa parábola insiste com a vigilância que deve marcar os discípulos de Jesus, não os levando à passividade, mas ao crescimento e ao desenvolvimento dos recursos que Deus lhes confia até "o tempo do fim," quando o Senhor liquida as contas.