Estudo | Glenio Fonseca Paranaguá - A PARÁBOLA DAS DEZ VIRGENS
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A PARÁBOLA DAS DEZ VIRGENS
Então o reino dos céus será como as dez virgens que pegaram suas lamparinas e saíram para encontrar-se com o noivo. Mateus 25:1.
A primeira palavra deste texto é “então”; e, então, está referindo-se ao capítulo 24, colocando claramente essa parábola no tempo anterior e durante o retorno do Rei à terra. Jesus aqui está comparando o reino dos céus, naquela época, a dez virgens que pegaram suas lâmpadas e saíram para encontrar-se com o noivo.
Havia um costume entre os judeus, que o noivo viesse com os seus amigos, tarde da noite, à casa da noiva, que o esperava com as suas damas de honra. As dez virgens não eram dez noivas, mas damas de honra, que vinham ao cortejo do noivo para iluminar o seu caminho até a casa dos pais da noiva. Na época, a noiva era quem esperava o noivo.
Ao receber o aviso da chegada do noivo, elas deviam sair com suas lâmpadas acesas nas mãos, para alumiar o caminho dele até a casa da noiva, com cerimônia e formalidade, para a celebração das núpcias com grande alegria. Esse ritual era de honra para as damas, mas o Senhor coloca aqui um ingrediente picante na parábola.
(Me parece que esta parábola tem a ver com o povo Judeu e não propriamente com a igreja, falando do remanescente que será salvo no período da grande Tribulação*).
Cinco delas eram insensatas, e cinco, prudentes. As cinco insensatas não levaram óleo suficiente para as lamparinas, mas as outras cinco tiveram o bom senso de levar óleo de reserva. Mateus 25:2-4 (NVT).
“A função dessas virgens é ir ao encontro do noivo, o que será tanto sua alegria quanto seu dever. Elas devem servir ao noivo quando Ele chegar, e neste ínterim, esperar por Ele. Vejam aqui a influência da natureza do cristianismo.”
Cinco delas eram sábias e tinham óleo de reserva para suas lâmpadas, mas as outras não tinham um extra. Enquanto esperavam, todas caíram no sono. Como o noivo demorou a chegar, todas ficaram sonolentas e adormeceram. Mateus 25:5 (NVT).
O atraso do noivo simboliza o período entre Seus dois Adventos. O fato das dez virgens terem dormido mostra que, externamente, não havia muito para diferenciá-las. Assim como o trigo e o joio, no arrebatamento, são semelhantes, externamente, as virgens, também, têm a mesma profissão de fé, mas não têm o mesmo estoque de óleo. Isto pode estar apontando para a exterioridade da profissão de fé. Parece, mas não é autêntica.
As cinco virgens sábias aqui representam os verdadeiros discípulos de Cristo na grande Tribulação. As lâmpadas falam de profissão; o óleo geralmente é reconhecido como um tipo do Espírito Santo. As virgens tolas representam as que professam ter a esperança messiânica, mas que nunca foram convertidas e, portanto, não têm o Espírito Santo.
Quero dizer que, embora, acredite que esta parábola esteja vinculada ao tempo da grande Tribulação, há aspectos dela que se aplicam a qualquer momento da vida cristã.
Vejam, por exemplo, o que diz o expositor bíblico Matthew Henry, no séc 17: “As virgens prudentes deixaram as suas lâmpadas ardendo, mas não ficaram acordadas. Observe que muitos bons cristãos, quando já têm muito tempo de fé, tornam-se negligentes quanto aos seus preparativos para a segunda vinda de Cristo”.
E continua ele afirmando: “Eles interrompem as suas preocupações, diminuem o seu zelo, as suas graças não são mais tão vivas, nem as suas obras são perfeitas aos olhos de Deus. E embora não percam todo o amor que sentem pelo Senhor, perdem o primeiro amor. Se foi difícil para os discípulos vigiar com Cristo durante uma hora, seria muito mais difícil vigiar com Ele durante a vida toda.” Vigiar requer vigilância permanente dos vigias.
À meia-noite, foram acordadas pelo grito: ‘Vejam, o noivo está chegando! Saiam para recebê-lo!’. Mateus 25:6 (NVT).
À meia-noite soou o anúncio de que o noivo estava chegando. Vimos no capítulo anterior que a Sua chegada será anunciada por sinais impressionantes. Ele enviará seus anjos com um forte sopro de trombeta, e eles reunirão os escolhidos de todas as partes do mundo, de uma extremidade à outra do céu. Mateus 24:31 (NVT).
“A principal preocupação das virgens seria levar as lâmpadas acesas em suas mãos, ao se unirem ao noivo, e, desta maneira, honrá-lo e servi-lo. Observe que os cristãos são intitulados filhos da luz. O Evangelho é luz e aqueles que o recebem devem não apenas ser iluminados por ele, mas devem resplandecer como luzeiros neste mundo e oferecer esta luz a todos. Isto deve ocorrer de maneira geral.” Agora, vem o grito do despertador...
Todas as virgens se levantaram e prepararam suas lamparinas. Então as cinco insensatas pediram às outras: ‘Por favor, deem-nos um pouco de óleo, pois nossas lamparinas estão se apagando’. “As outras, porém, responderam: ‘Não temos o suficiente para todas. Vão e comprem óleo para vocês’. Mateus 25:7-9 (NVT).
As virgens deveriam estar com suas lâmpadas aparadas e reservatórios cheios, mas as tolas foram apanhadas sem suplemento; não estavam prontas. Estavam sem óleo de reserva e pediram um pouco para os outras, mas foram enviadas ao mercado.
A recusa das sábias em dar um pouco de óleo parece egoísmo, todavia, no reino espiritual, ninguém pode dispensar o Espírito de Deus aos outros. Certamente, o Espírito Santo não pode ser comprado, mas a Bíblia usa aqui a figura literária, como a de comprar a salvação, sem dinheiro e sem preço, citada pelo profeta Isaías 55:1, para incentivar a busca.
Aqueles que têm mais graça não têm graça de sobra; tudo o que têm é suficiente apenas para si, a fim de apresentarem-se diante de Deus. Todos precisam se esmerar.
Quando estavam fora comprando óleo, o noivo chegou. Então as cinco que estavam preparadas entraram com ele no banquete de casamento, e a porta foi trancada. Mais tarde, quando as outras cinco voltaram, ficaram do lado de fora, chamando: ‘Senhor! Senhor! Abra-nos a porta!’. Mateus 25:10-11 (NVT).
Enquanto elas se foram para comprar o óleo, chegou o noivo. Alguns pensam que esta parábola se refere ao arrebatamento da igreja, mas outros expositores bíblicos percebem que se trata da segunda vinda, depois da grande tribulação. (Me vejo por aqui).
As versões siríaca e vulgata dizem que o noivo veio com a noiva. Isso se encaixa perfeitamente na imagem profética. O Senhor retornará do casamento com Sua noiva, a igreja. E, como resultado, que Deus, nosso Pai, torne seu coração forte, irrepreensível e santo diante dele para quando nosso Senhor Jesus voltar com todo o seu povo santo. Amém. 1 Tess 3:13 (NVT). (As bodas acontecerão no céu após o arrebatamento).
A parábola das viagens indica que o remanescente fiel de seu povo na Tribulação irá com Ele para a festa do casamento. Esta festa é uma designação apropriada da alegria e da bênção do reino milenar de Cristo, aqui na terra. As virgens sábias foram com ele à festa das bodas e não às bodas propriamente, então a porta foi fechada.
Era tarde demais para mais alguém entrar no reino. Quando as virgens tolas vieram para entrar na festa, o noivo negou conhecê-las - uma prova clara de que não havia lugar para elas na celebração, uma vez que, não tinham nascido de novo.
Portanto, vigiem, pois não sabem o dia nem a hora da volta. Mateus 25:13 (NVT). A lição prática que Jesus deu foi de vigilância, quer no Arrebatamento dos santos, quer para aqueles que ficarem na grande Tribulação, porque dia e hora da Sua vinda são desconhecidos. Os crentes devem viver como se o Senhor pudesse vir a qualquer momento. Nossas lâmpadas estão aparadas e cheias de óleo? Eis a questão.
Sto. Agostinho dizia com sabedoria: “Aquele dia permanece oculto, para que estejamos vigiando todos os dias.” Quando Jesus ressuscitou dentre os mortos, ele deixou um lenço à parte no seu sepulcro. Diz a etiqueta antiga: quando alguém se levanta da mesa do banquete e deixa o seu guardanapo meio embolado ao lado do prato, significa que ainda não terminou a sua refeição. Jesus deixou o seu lenço à parte e voltará a qualquer hora.
“1. A nossa maior obrigação é vigiar e cuidar dos assuntos relativos à nossa alma com máxima diligência e circunspeção. Estejam despertos; estejam vigilantes. 2. Uma boa razão para que estejamos vigilantes é o fato de que a ocasião da vinda do nosso Senhor é muito incerta; nós não sabemos nem o dia, nem a hora. Por isso, devemos estar preparados todos os dias, e todas as horas, e não deixar a nossa vigília em nenhum dia do ano, e em nenhuma hora do dia. Temamos ao Senhor todos os dias, e o dia inteiro.” Maranata!