Estudo | Glenio Fonseca Paranaguá - A SALVAÇÃO DA ALMA - 12
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A SALVAÇÃO DA ALMA - 12
Àquele lugar chamou Jacó Peniel, pois disse: Vi a Deus face a face, e a minha alma foi salva.Gênesis 32:30.
Jacó era um tipo típico do ser humano caído. Alma obesa, forte e enganosa que lhe deu uma identidade de legítimo trapaceiro. Seu nome Jacó - significa suplantador - e a sua história é o registro marcante do perfil de alguém que pode ser considerado 171.
Há pecadores nobres e pecadores sórdidos. Os nobres são a elite de uma raça trôpega, passando na passarela com uma imagem de ilustres, mas estão fora do banquete, tanto quanto os sórdidos, embora, estes, devam padecer de fome mais severa. Ambos estão do lado de fora da casa de Abba e ambos estão condenados à punição perpétua.
A categoria de pecadores nobres e sórdidos é apenas a escala no que diz respeito aos conceitos e valores deste mundo falido. A vantagem de um destes times é psicológicas, já que os nobres têm, neste mundo, alguns benefícios morais a mais. Porém, um e outro estão excluídos da festa, no céu. Na casa de Abba só tem permissão de festejar a família.
Jacó jogava no time dos sórdidos e sua característica no jogo era trapacear. Em todas as partidas em que atuava, tinha sempre um jogador lesado por seus golpes baixos. Sua tática camuflada era passar os outros pra trás, sem dó nem piedade. Passou os pés no irmão mais velho, no pai ceguinho e no espertalhão do sogro. Jacó era lutador astucioso.
O texto, que estamos examinado, trata-se de uma luta entre Jacó e alguém que se encontra numa outra dimensão. Aqui ele estava numa quarta partida, lutando com um ser extraterreno, um “homem” celestial, possivelmente um anjo ou o próprio Senhor.
Esta foi a sua principal luta e a Bíblia a descreve como sendo um combate duro e solitário: ficando ele só no acampamento,veio um homem que lutou com ele, até ao romper do dia. Gênesis 32:24. Percebe-se que Jacó dispensou a plateia e ficou sozinho no campo de peleja. Eu acredito que a batalha da alma só se pode guerrear quando desassistido do público. Nada de apupos, nem de aplausos. Somente o pugilista e Deus.
Quando o homem viu que não poderia vencer, tocou a articulação do quadril de Jacó e a deslocou. Gênesis 32:25. O enfrentamento foi tenso, a pugna foi longa, mas o golpe foi certeiro. O combatente atingiu o ponto nevrálgico, o nervo da perna do fugitivo, pois sempre que Jacó ludibriava alguém, saía de fininho do perímetro. Era um profissional das fugas, mas agora fora nocauteado em cheio, na sua tática.
As almas robustas demoram a se render, pois, elas se bastam. O pecado torna-as pejadas de si mesmas, cheias de vaidade e não é fácil demove-las do controle da vida. É mais descomplicado contar as estrelas do céu, do que contar com a participação da alma na desconstrução de sua soberba e autoconfiança. Jacó precisou ir a knock down.
O próximo round foi marcado por este diálogo de contestação apelativa: O homem disse: Deixe-me ir, pois está amanhecendo! Respondeu, porém, Jacó: Não o deixarei ir enquanto não me abençoar. Gênesis 32:26. A luta da alma na escuridão da noite só perde sua intensidade com a bênção na madrugada da ressurreição.
Mas sem a luz da aurora não é possível enxergar os traumas da alma. As pessoas magoadas escondem tão intimamente suas feridas e as sepultam tão profundamente, que é impossível diagnostica-las e cura-las sem os holofotes da ressurreição de Cristo.
Ainda que ferido o lutador não estava rendido, pois havia força suficiente para que ele continuasse pelejando. Jacó queria a bênção, todavia a queria do seu jeito e com as suas condições, porquanto, permanecia pretendendo dar as cartas. Há muitos que recebem o novo nascimento, embora não abram mão do controle. Querem a salvação, mas também, querem comandar a santificação a seu modo e com as suas regras e expectativas.
A salvação da alma só pode ser efetuada com a presença do Médico Ferido. Nós precisamos abrir as nossa chagas a Jesus e deixá-Lo tocar nelas. As minhas dores carecem do bálsamo do Calvário e serei curado apenas pelas mãos feridas pelos meus pecados. Isto requer, de fato, a negação de minha própria identidade. Não mais eu, mas Cristo.
No caso do paciente de nossa narrativa, houve um momento crucial. O homem que lutava com Jacó perguntou-lhe, pois: Como te chamas? Ele respondeu: Jacó.Gênesis 32:27. Aqui reside um quebra-cabeça. Este nome é a sua alcunha, mas é ainda a sua confissão de réu. Jacó se declara um transgressor - eu sou um trapaceiro. Nada melhor do que a luz da aurora celestial e a verdade para identificar a verdadeira identidade.
Naquela manhã radiante chegou o fim de um fugitivo histórico. Então, disse: Já não te chamarás Jacó, e sim Israel, pois como príncipe lutaste com Deus e com os homens e prevaleceste. Gênesis 32:28. A vitória aqui é definida como uma pessoa que foi conquistada e vencida e o troféu foi dado ao lutador na lona.
O velho Jacó, o super-atleta das trampas, morreu ao passar o Jaboque e daí pra frente, temos apenas a história de um príncipe manco, fazendo parte da paraolimpíada da vida, que ainda tentou dar uma cartada de mestre. Tornou Jacó: Dize, rogo-te, como te chamas? Respondeu ele: Por que perguntas pelo meu nome? E o abençoou ali.Gênesis 32:29. A alma do lutador, mesmo nocauteado, é insistente.
Jacó, já vencido, queria saber ainda quem é o seu Senhor. Felizmente só temos a nota de que aquele lugar da luta foi denominado de Peniel - Deus se conhece face a face. Não é a academia que explica o identidade Divina, mas a intimidade com Ele. Deus sempre se revela ao espírito dos seus filhos e do espírito, se comunica, face a face, com nossa alma, num processo permanente, onde somos salvos, dia a dia, de nossa velha história.
A luz já raiva quando Israel cruzou Peniel. Nasceu-lhe o sol, quando ele atravessava Peniel; e manquejava de uma coxa. Gênesis 32:31. A revelação da pessoa de Deus e a nossa iluminação pessoal vêm da Luz de Deus que é Cristo. Pois em ti está o manancial da vida; na tua luz, vemos a luz. Salmos 36:9.
Israel é o nome de Jacó depois de seu nascimento do alto e, ele disse, que a sua alma foi salva em Peniel, isto é, diante de Deus, face a face com Ele. Esta salvação da sua alma não foi um único ato, mas um processo permanente de sua comunhão com Deus.
“Somente quando vemos a no´s mesmos em Sua luz, revelando as tolices daquilo que somos, poderemos ver asmudanças em nossa psique.” A iluminação do Espírito Santo e a revelação da Palavra do Altíssimo desobstruem as barreiras do medo e abrem a porta do espírito, onde reside a vida de Cristo, para a nossa alma ferida, a fim de nos libertar de toda vergonha e culpa, patrocinadoras de nossas tolices e manias.
“Enta~o, Ele nos mostra Sua verdade, que ira´ nos libertar da escravida~o sob a qual esta´vamos vivendo. Esta “renovac¸a~o” do nosso jeito de pensar conduz nossa mente, mais e mais, debaixo do controle do Espi´rito Santo. Quanto mais nossos pensamentos esta~o sob Seu controle, mais no´s podemos ser uma exibic¸a~o Dele mesmo. Realmente, isto e´ o que cada crista~o necessita experimentar,” mostra com clareza D. W. Dyer.
O manancial da vida ressuscitada de Cristo é que opera a libertação da nossa alma e a iluminação do Espírito Santo à nossa reação em obediência. A Trindade age e o crente reage em obediente confiança, manifestando a vida de Cristo em seu interior.
Se você se apegar à vida de sua alma, você a perderá. Mas, se abrir mão da vida de sua alma por minha causa, você encontrará a verdadeira vida. Mateus 16:25. (Paráfrase). Jesus veio para salvar o espírito, da condenação do pecado e a alma do poder do pecado. Veio para remover a mancha original do pecado e para renovar a mente avariada pelos trancos e barrancos de um história traumatizada.
De Jacó pra Israel foi só um ato. Um golpe certeiro. De Israel pra frente vemos um príncipe aleijado manquejando até o fim. Na salvação da alma, o processo claudicante do salvo, espiritualmente, será sempre a cura das feridas e contusões de sua história dorida e traumatizada, sendo de cada vez, uma. Mas aquele que começou a boa obra, vai concluir.
“Jesus veio para salvar completamente nossas almas. Ele deseja que nos tornemos uma expressa~o viva Dele mesmo sem impedimento ou barreira. Na~o ha´ escravida~o, ferimento, montanha ou vale que seja difi´cil demais para Ele curar ou mudar. Seu poder e´ mais do que suficiente. Seu amor e´ irrestrito. Sua grac¸a e´ suficiente, mesmo para os casos mais difi´ceis”. Por isso, tambe´m pode salvar totalmente os que por ele se chegam a Deus, vivendo sempre para interceder por eles. Hb 7:25.