Estudo | Glenio Fonseca Paranaguá - Art. 14. ACERCA DO BATISMO E DA CEIA DO SENHOR
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Art. 14. ACERCA DO BATISMO E DA CEIA DO SENHOR
A Bíblia fala de algumas doutrinas como sendo ensinos elementares, ou ainda, fundamentos da fé: o ensino de batismos e da imposição de mãos, da ressurreição dos mortos e do juízo eterno. Hebreus 6:2. Isto faz parte do abc da fé. O termo batismo é visto aqui no plural, isto evidencia mais de um tipo de batismo.
O vocábulo batismo, no grego, tem a ver com a imersão, inclusão, mergulho de alguma realidade dentro de outro ambiente. Quando se coloca uma peça de metal na fornalha, diz-se que esta peça foi batizada no fogo; o feto, na barriga da mãe, encontra-se batizado no ventre; a semente do damasco está batizada no pomo; a roupa ao ser tingida na tina com o corante está batizada no líquido, tingindo e, assim vai...
Há vários batismos nas Escrituras. O primeiro deles é do povo de Israel sendo batizado na nuvem e logo depois no mar Vermelho; tendo sido todos batizados, assim na nuvem como no mar, com respeito a Moisés. 1 Coríntios 10:2.
Este batismo é um sinal visível da libertação do povo de Israel do Egito e tem um apelo à desconstrução de uma cultura. Durante mais de 400 anos o povo israelita foi escravo de um sistema opressor idólatra e agora estava sendo liberto. O batismo do mar fala de modo claro dessa passagem de uma cultura tirana para o cultivo com Javé.
A Bíblia também fala de vários outros batismos, como: nas águas, na morte de Cristo, no corpo de Cristo, isto é, na igreja, no Espírito Santo, no fogo ou no sofrimento. Todos estes batismos mostram a inclusão de alguém em alguma realidade.
Vamos analisar aqui e agora o nosso artigo de fé sobre as ordenanças de Jesus, na base da sua cronologia. Acredito que o primeiro batismo da fé cristã se encontra na cruz, juntamente com Cristo. Todos os pecadores eleitos por Deus foram batizados na morte de Cristo. Ou, porventura, ignorais que todos nós que fomos batizados em Cristo Jesus fomos batizados na sua morte? Romanos 6:3. (Todos os crentes).
O batismo na morte com Cristo é um atestado cabal de fé, de que alguém foi plenamente justificado do pecado. O pecado é a causa essencial da morte e, a morte para o pecado é a única e definitiva proposta de justificação do pecador, porquanto quem morreu está justificado do pecado. Romanos 6:7. Quem morreu? Todos? Quem?
Cremos que, para justificar o pecador, Jesus teve que assumir os pecados dos pecadores, bem como fazê-los participantes de Seu sacrifício, para que estes batizados nEle fossem justificados dos seus pecados. O batismo na cruz com Cristo é o atestado de óbito de todos os crentes eleitos, que foram justificados pela fé na Palavra de Deus.
Alguém já disse que: “A vida oferece apenas duas alternativas: crucificação com Cristo ou autodestruição sem Ele.” E essa co-crucificação foi no batismo da cruz.
Porque os crentes foram batizados em Cristo de modo sobrenatural, eles agora professam o batismo nas águas, de modo natural, para testemunhar de sua experiência de fé na Palavra de Deus, pois o batismo nas águas é um símbolo do batismo na morte.
(1) Cremos que o Batismo cristão é a imersão do crente em água; em total obediência ao exemplo de Jesus e à sua ordenança revelada nas Escrituras. Seguindo eles caminho fora, chegando a certo lugar onde havia água, disse o eunuco: Eis aqui água; que impede que seja eu batizado? Atos 8:36. (O batismo na cruz leva às águas).
Vemos na igreja primitiva este ato sempre que alguém era convertido. Todos os que criam testemunhavam da sua fé pedindo o batismo. Cremos que este batismo nas águas não salva ninguém, mas serve como um testemunho na vida dos salvos. Vejam o que aconteceu com o carcereiro da cidade de Filipos quando creu: Naquela mesma hora da noite, cuidando deles, lavou-lhes os vergões dos açoites. A seguir, foi ele batizado, e todos os seus. Atos 16:33. (Não houve aqui qualquer classe de catequese).
(2) em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo; porquanto, este batismo traz a chancela governamental da Trindade Santa. Indo, portanto, fazei discípulos de todas as nações, batizando-os em nome do Pai, e do Filho, e do Espírito Santo; Mateus 28:19. A Trindade é a base do evangelho, e esta é uma declaração da Trindade em ação, afirma J. I. Packer. Todo batismo em nome de Jesus deve sempre ser feito com o carimbo da Trindade em sua dimensão eterna.
O batismo não é mero ritual; não se trata de uma cerimônia apenas, mas da confirmação de uma realidade espiritual. Temos que promover o batismo olhando suas dimensões além da física, não atentando nós nas coisas que se vêem, mas nas que se não vêem; porque as que se vêem são temporais, e as que se não vêem são eternas. 2 Coríntios 4:18. O que está além das três dimensões é a nossa crucificação com Cristo.
(3) para simbolizar, num emblema solene e belo a sua fé no Senhor Jesus crucificado, sepultado e ressuscitado e a sua morte para o pecado e ressurreição para uma nova vida; tudo isto, mediante a identificação deste crente com a morte de Cristo.
Batismo, na fé cristã, é a consolidação da Palavra de Deus com a experiência batismal do crente, mediante sua morte e ressurreição com Cristo Jesus. Nele, também fostes circuncidados, não por intermédio de mãos, mas no despojamento do corpo da carne, que é a circuncisão de Cristo, tendo sido sepultados, juntamente com ele, no batismo, no qual igualmente fostes ressuscitados mediante a fé no poder de Deus que o ressuscitou dentre os mortos. Colessenses 2:11-12.
O batismo nas águas não é o simples mergulho no rio ou batistério, ou até o pingar de água na cabeça, mas a realidade espiritual da morte e ressurreição em Cristo.
(4) que este ato deve preceder sua entrada na igreja como membro e comungante da ceia do Senhor; ou seja, a confissão do nosso batismo na morte antecede a comunhão dos santos. É saudável para a igreja a convivência entre os mortos em Cristo que ganharam, em seus espíritos, a vida radiante da ressurreição.
Para os primeiros cristãos, koinonia não era uma “comunhão” enfeitada de passeios quinzenais patrocinados pela igreja. Não era chá, biscoitos e conversas sofisticadas no salão social depois do sermão. Era um compartilhar incondicional de suas vidas com os outros membros do corpo de Cristo, disse Ronald J. Sider.
Como viviam os convertidos na igreja primitiva? E perseveravam na doutrina dos apóstolos e na comunhão, no partir do pão e nas orações. Atos 2:42. Aqui estão os quatro pilares que sustentam a confraternização da igreja sadia. Sã doutrina, comunhão acessível e descomplicada, o repartir do pão e as orações.
A igreja se reúne em torno do Senhor e da Sua mesa. A comunhão da ceia é de importância fundamental para o relacionamento da comunidade de fé. A ceia não é um lanchinho para enganar o estômago dos carnais; é um banquete espiritual da graça que nos faz lembrar da plena suficiência de Cristo. Os elementos podem ser diminutos, mas são de grande valor em sua importância e significado espiritual.
(5)na qual os membros da igreja, pelo uso consagrado do Pão e Vinho, comemoram juntos a morte de Cristo; até que Ele retorne. Foi assim que o apóstolo viu a sua prática: Porque, todas as vezes que comerdes este pão e beberdes o cálice, anunciais a morte do Senhor, até que ele venha. 1 Coríntios 11:26.
A Ceia do Senhor não é um tribunal de condenação de pobres penitentes ou torniquete de extrair confissões de culpados, mas, sim, o anúncio libertador da obra de Cristo na cruz, que nos leva ao trono da graça para experimentarmos a recorrência do Seu amor eterno, que nos perdoou de todos os nossos pecados, de uma vez por todas.
A ceia do Senhor traz-nos à lembrança a morte e a ressurreição de Jesus, e a mensagem do Seu retorno para buscar o Seu rebanho, que vive para a Sua glória.
(6) ato esse precedido sempre por um solene exame próprio dos que tomam parte; significando sempre contrição e gratidão. Contrição falando de nosso permanente arrependimento; e gratidão de nossa eterna adoração. Examine-se, pois, o homem a si mesmo, e, assim, coma do pão, e beba do cálice; pois quem come e bebe sem discernir o corpo, come e bebe juízo para si. 1 Coríntios 11:28-29.
Fomos batizados por causa da nossa morte com Cristo e participamos da ceia para pregar a morte de Cristo e consequentemente a nossa morte com Cristo. Portanto, vivamos em profunda adoração e gratidão pela morte e ressurreição de Cristo. Amém.