Estudo | Glenio Fonseca Paranaguá - Art. 6º. ACERCA DA GRATUIDADE DA SALVAÇÃO
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Art. 6º. ACERCA DA GRATUIDADE DA SALVAÇÃO
Para Eric Alexander, “o plano e o propósito de Deus em salvar são tão eternos como ele próprio,” e para J. A. Motyer, “o plano de Deus para a salvação não é uma decisão para remediar uma situação; ele antecede a obra da criação.” A salvação, além de ser eterna, ela é uma dádiva Divina, sem nenhum preço ou dívida para o pecador.
A salvação não é o pecador dando o seu coração a Deus, mas Deus dando o Seu Filho ao pecador, como bem disse A. W. Pink, “nenhum pecador jamais foi salvo por ter dado o coração a Jesus. Não somos salvos por termos dado, mas sim pelo que Deus deu.”
(1) Cremos que a salvação é concedida gratuitamente a todos, sem distinção, segundo o evangelho; pois, tudo que não seja grátis, não tem o menor valor no Reino de Deus. A salvação é uma dádiva do Deus gracioso ao pecador indigno. Ela tem um custo muito elevado para Deus, mas, nada custa ao ser humano.
O sábio teólogo de Princeton, Charles Hodge disse muito bem: “nada que não seja gratuito é seguro para os pecadores... A não ser que sejamos salvos pela graça, não podemos absolutamente ser salvos,”e Benjamin B. Warfield, aluno de Hodge, diz: “nossa salvação é uma dádiva inteiramente gratuita de Deus.”
O profeta Isaías foi preciso no preço da Salvação: Ah! Todos vós, os que tendes sede, vinde às águas; e vós, os que não tendes dinheiro, vinde, comprai e comei; sim, vinde e comprai, sem dinheiro e sem preço, vinho e leite. Isaías 55:1.
“O Espírito de Deus envia o convite evangelístico a Israel para retornar, e, ao mesmo tempo convida a todos, sem distinção, em toda parte, para a festa do evangelho. Tudo o que é necessário é uma consciência de necessidade (sede). As bênçãos são as águas do Espírito Santo, o vinho da alegria e o leite da boa Palavra de Deus. Eles são dons gratuitos da graça, sem dinheiro algum e sem qualquer preço”.
O único requisito para a satisfação é a sede de Deus dada por Deus. O Espírito e a noiva dizem: Vem! Aquele que ouve, diga: Vem! Aquele que tem sede venha, e quem quiser receba de graça a água da vida. Apocalipse 22:17.
(2) que é o dever imediato de todos, sem distinção, recebê-la por meio duma fé sincera e ardente; ou um coração compungido e uma fé obediente. Sem contrição e fé não há salvação. A Trindade nos dá todas as realidades espirituais, para que possamos ter a reação espiritual. Sem vida espiritual não há reação espiritual do morto espiritual.
O homem natural é incrédulo. O incrédulo não tem fé em Deus. Isto não quer dizer que muitos incrédulos não deem crédito a uma possível existência de Deus. Eles até podem acreditar em Deus como os demônios, que também acreditam. O que eles não fazem é crer, isto é, confiar totalmente as suas vidas à suficiência de Deus.
Crer é mais do que acreditar. Crer é confiar irrestritamente na Palavra de Deus. Acreditar é dar crédito à possibilidade da existência de um ser superior.
O apóstolo Paulo não via motivo de constrangimento no Evangelho. Pois não me envergonho do evangelho, porque é o poder de Deus para a salvação de todo aquele que crê, primeiro do judeu e também do grego; visto que a justiça de Deus se revela no evangelho, de fé em fé, como está escrito: O justo viverá por fé. Romanos 1:16-17. Isto quer dizer que o poder de salvar o pecador está no Evangelho.
O pecador incrédulo não pode crer se o poder do Evangelho não lhe trouxer a fé e o arrependimento. Mas é bom que se diga: nenhum pecador até agora foi salvo sem receber a salvação que lhe foi dada. A salvação é dom de Deus que requer uma resposta humana. “A essência do pecado é a arrogância; a essência da salvação é a submissão.”
Ninguém pode explicar como um rebelde como Saulo de Tarso se tornou Paulo, o apóstolo de Cristo. Mas, certamente ele recebeu a Jesus quando foi convencido do seu pecado de incredulidade. Porém, “A fé que recebe a Cristo precisa ser acompanhada pelo arrependimento que rejeita o pecado,” disse com propriedade John Stott.
(3) que não ha impedimento nenhum à salvação do maior pecador que exista sobre a terra, a não ser a sua própria perversidade e rejeição voluntaria dela; ou, seja, é o pecador o único responsável pela sua incredulidade e rebeldia.
Jesus disse que o incrédulo pecador, mesmo sendo um excelente religioso, não pode vir a Ele. Contudo, não quereis vir a mim para terdes vida. João 5:40. Segundo a Bíblia ninguém busca a Deus, logo ninguém pode vir a Cristo se o Pai não o trouxer, mas aquele que for convencido pelo Espírito Santo, precisa receber a Cristo como um dom de Deus. Os dois lados andam juntos, assim como a luz e a visibilidade.
A salvação é de Deus, o pecado e a rebeldia são do homem. Então, Paulo e Barnabé, falando ousadamente, disseram: Cumpria que a vós outros, em primeiro lugar, fosse pregada a palavra de Deus; mas, posto que a rejeitais e a vós mesmos vos julgais indignos da vida eterna, eis aí que nos volvemos para os gentios. Atos 13:46.
(4) que essa rejeição da parte do ingrato pecador trará sobre ele a mais severa condenação; assim, quem crer será salvo e quem não crer já está condenado, por isso, saiba: o pecado da incredulidade é o único responsável pela sua condenação.
Ninguém pode crer se o Espírito Santo não o convencer e, tudo indica, que o Espírito Santo não convence aquele incrédulo que obstinadamente não crerá. Quem nele crê não é julgado; o que não crê já está julgado, porquanto não crê no nome do unigênito Filho de Deus. O julgamento é este: que a luz veio ao mundo, e os homens amaram mais as trevas do que a luz; porque as suas obras eram más. João 3:18-19.
Vê-se que o Espírito Santo não convence a muitos, neste caso, estes que não são convencidos, são os que obstinadamente se rebelam voluntária e contumazmente em suas almas contra Deus? O fato de alguns serem convencidos e outros não, traz o grande problema de compreensão para a mente limitada do ser humano. Por quê?
O fato é: os que se rebelam e não creem sofrerão um maior castigo. Passou, então, Jesus a increpar as cidades nas quais ele operara numerosos milagres, pelo fato de não se terem arrependido: Mateus 11:20, e o Senhor disse que haverá menor rigor para cidades como Tiro e Sidon do que para as cidades rebeldes do Seu povo.
Alguém indagou: estes que não creem, não creem porque não podem crer ou não creem porque não querem crer? O meu ponto de vista é duplo. Não creem porque estão limitados tanto pela incapacidade de querer como pela impossibilidade de crer.
A salvação de Deus é totalmente graciosa e gratuita. Ninguém entra com algum mérito e não tem nada para compensar. A obra da salvação é um milagre da graça do começo ao fim. O ser humano só entra no território da salvação com os seus pecados.
“A vida crista~ e´ uma experie^ncia maravilhosa. Comec¸a atrave´s de uma obra sobrenatural realizada pela imerecida grac¸a de Deus no corac¸a~o e na vida de uma pessoa. O Espi´rito de Deus aplica a obra de Cristo, na cruz, aos muitos que esta~o espiritualmente mortos. Ele os regenera, levando-os a arrependerem-se do pecado e a exercitarem a fe´ no Senhor Jesus Cristo. Isto se chama salvac¸a~o, que e´ uma obra gloriosa da grac¸a e do Espi´rito de Deus”. Earl Blackburd
Mas a rejeição desta obra graciosa da salvação é inteiramente humana e, essa rejeição humanista tem consequências sérias e eternas. Deus não é déspota que pune os inocentes, mas Magnânimo ao salvar pecadores indignos, e, se alguns o rejeitarem é por pura rebeldia e incredulidade pessoal. Ninguém, ao ser condenado, poderá acusá-lo de injustiça, mas todos, ao serem salvos, o reconhecerão como infinitamente gracioso.
Posto que a punição dos rebeldes é inteiramente justa, uma vez que Deus não é obrigado a salvar ninguém, e a condenação do pecador incrédulo e rebelde é, em tudo, perfeitamente correta. A condenação do pecado é universal e totalmente justa, mas a salvação do pecador é pessoal e completamente graciosa.
Estes sofrerão penalidade de eterna destruição, banidos da face do Senhor e da glória do seu poder, quando vier para ser glorificado nos seus santos e ser admirado em todos os que creram, naquele dia (porquanto foi crido entre vós o nosso testemunho). 2 Tessalonicenses 1:9-10.
A salvação do pior pecador é graça pura e gratuita, mas a condenação do melhor pecador é perfeitamente justa. Não seja obstinado, nem presunçoso, mas creia!