Estudo | Glenio Fonseca Paranaguá - COMO ORAR EM PÚBLICO
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COMO ORAR EM PÚBLICO
O SENHOR está longe dos perversos, mas atende à oração daqueles que foram justificados. Provérbios 15:29.
Temos visto, em nossos estudos aqui, que a oração é uma linguagem espiritual dos filhos de Deus. Trata-se de uma conversa de coração para coração. Não é tanto uma questão de palavras, mas de comunhão, onde podemos usar as palavras, se necessário.
No estudo anterior, falamos da oração de estilo privado, de portas fechadas; a oração secreta. Hoje, queremos abordar o seu perfil público, a oração com participantes e que deve ter os seus coadjuvantes nas petições e louvores. A oração comunitária tem um foco coletivo e interesses coletivos. É uma intercessão em favor de um bem comum.
Aqueles que oram, em público, precisam saber algumas coisas fundamentais. Nunca se ora para ser visto por uma plateia. E, quando orardes, não sereis como os hipócritas; porque gostam de orar em pé nas sinagogas e nos cantos das praças, para serem vistos dos homens. Em verdade vos digo que eles já receberam a sua recompensa. Mateus 6:5. Nesta caso, a pessoa quer um reconhecimento.
Alguém disse que - “hipócrita é o homem que faz com que sua luz brilhe de tal forma diante dos outros,que ninguém possa saber o que está acontecendo por trás dela!” Há muitos que se idealizam e “oram” como se fossem perfeitos, mas vivem atrás do foco com “cara de pau”, enganando os incautos. Cuidado! A oração pode ser uma máscara.
Jesus apresentou um espertalhão do “púlpito” que orava consigo mesmo, cheio de pose, deste modo: “Oh, Deus! Sou grato por não ser como esse bando de ladrões, trambiqueiros, adúlteros ou como este cobrador de impostos. Sabes que jejuo duas vezes por semana e dou dízimo de toda a minha renda”. Lucas 18:11-12. (AM)
Jamais devemos orar, em público, publicando os nossos feitos ou denunciando os defeitos alheios. Se houver necessidade de denunciar, que sejam os nossos defeitos e pecados pessoais que ofenderam os outros, se for esse caso: Façam disso uma prática comum: confessem sempre seus pecados uns aos outros e orem uns pelos outros, para que vocês possam viver juntos, integrados e curados. A oração do justificado por Deus é poderosa e vitoriosa. Tiago 5:16. (AM).
Para A. W. Pink, “o propósito da oração não é fornecer a Deus o conhecimento das coisas de que precisamos, mas confessar-lhe nosso sentimento de necessidade.” Um coração carente e escancarado diante do trono é muito mais importante do que ter nossa boca aberta e destrambelhada, falando “coisa com coisa” sem dizer coisa nenhuma.
Jesus ensinou aos discípulos: E, orando, não useis de vãs repetições, como os gentios; porque presumem que pelo seu muito falar serão ouvidos. Mateus 6:7.
Quando estivermos orando, em público, nós devemos ser concisos naquilo que vamos orar. Se estamos num grupo de oração, é preferível orar brevemente, mais de uma vez, do que “fazer” uma oração como muitos assuntos e pormenores. As orações longas são orações particulares; no quarto, com portas fechadas, posso orar o tempo que for... mas, em público, preciso ter o bom senso de orar com três Cs: claro, certo e curto.
Gosto muito desse jeito espirituoso como C. H. Spurgeon abordou a questão do tempo na oração pública. “É necessário chegar perto de Deus, mas você não precisa prolongar seu discurso, a ponto de todos ficarem ansiosos por ouvir a palavra “amém”. Ore em público sempresucintamente com clareza e precisão.
Outra observação pertinente é orar sem clichês. Precisamos que o Espírito nos conduza na oração, já que não sabemos orar como convém, porém, é bom não entramos na cultura de frases feitas e jargões preestabelecidos. Devemos ser espiritualmente livres quando oramos, mas, ao orar, devemos também refletir e ser cuidadosos no falar.
Quem ora em público deve orar para que os outros participem da oração. Com isto, quero ressaltar o tom da voz. Não precisamos gritar, porque Deus não é surdo, mas, se estamos orando em comunidade, todos devem ouvir para participar da oração. Vemos que muitos falam tão baixo que os outros não conseguem ouvir.
Sabemos que “o alvo da oração é o ouvido de Deus”, contudo, se nós estamos orando na comunhão da igreja, devemos orar para que a igreja também se envolva com o “amém” ou “aleluia” nos momentos em que se pode concordar. A oração pública requer a cooperação do público, quer anuindo, quer rejeitando.
O trilho da oração pública também passa pelo canal da audição. Não basta que falemos, é preciso que ouçamos a Palavra de Deus. O que desvia os ouvidos de ouvir a palavra de Deus, até a sua oração será abominável. Provérbios 28:9.
Para que nós possamos falar pelos outros a Deus, primeiro, nós necessitamos saber o que Deus tem a nos dizer. Visto que eu clamei, e eles não me ouviram, eles também clamaram, e eu não os ouvi, diz o SENHOR dos Exércitos. Zacarias 7:13.
Quando formos orar em público, é bom nunca usar a oração para transmitir os nossos recados. Oração não é um jornal falado, nem o intercessor, um âncora, dando as notícias de uma agência de informações. Muitas orações parecem com uma reportagem visando a congregação e, jamais, um coração carente em busca do trono.
Ainda outro ponto, nesta mesma ênfase, é que “oração não é eloqüência, mas seriedade; não uma definição de incapacidade, mas a sensação dessa incapacidade.” Só ora, de fato e de verdade, aquele que se reconhece incapaz de se dirigir neste mundo por conta própria, pois orar, é depender totalmente da suficiência de Deus.
Outro problema muito comum na oração pública é torná-la um meio de ensinar a Deus. Muitas das nossas orações são verdadeiros tratados teológicos na tentativa de se explicar como Deus deve agir. O pecado nos tornou tão soberbos, que ousamos dizer, na frente de outros, o que Deus precisa fazer para ser Deus.
Neste caso, Deus é visto apenas como um coadjuvante poderoso, que é capaz de ajudar o pretensioso pretendente ao trono de Deus. Todos os que se atrevem a dizer o que Deus deve fazer, assumem uma posição muito perigosa de querer ser Deus.
“A oração verdadeira é um instrumento poderoso, não para fazer com que a vontade do homem seja feita no céu, mas para fazer com que a vontade de Deus seja feita na terra.” O modo mais adequado de orar é como Jesus orou: adiantando-se um pouco, prostrou-se sobre o seu rosto, orando e dizendo: Meu Pai, se for possível, passe de mim este cálice! Todavia, não seja como eu quero, e sim como tu queres. Mateus 26:39. Orar é buscar e conformar-se com a vontade de Deus.
Acredito que todos nós precisamos aprender orar em público. E para que isto seja possível, devemos ter os olhos voltados ao trono e nunca ao auditório.
Oremos, pois, sem desejos de nos exibir. Oremos sem pretenção de convencer a Deus, nem ensina-Lo a ser Deus. Oremos em fraqueza, manifestando nossa debilidade e dependência. Oremos em voz audível, para que nossos irmãos orem conosco. Oremos de forma clara, certa e curta, para que outros, também, possam orar. Oremos com toda a singeleza de coração. Oremos sem clichês e vãs repetições. Oremos sem querer instruir os outros com nossas orações cheias de informações. Oremos... oremos e oremos.
Oremos:
Pai, ouve-nos!
Clamamos a Ti em nome do Senhor!
Senhor, perdoa-nos!
Espírito, olha para nós e opera em nós!
Trindade Santa, ensina-nos a orar!
Salva o Teu povo!
Quebranta-nos pela cruz de Cristo!
Dá-nos a consciência de nossa morte e ressurreição com Cristo.
Edifica a Tua igreja!
Alegra os nossos corações com a Tua vida cheia de gozo.
Age nesta cidade e que o Teu povo, chamado pelo teu nome,
seja uma bênção para o Teu reino!
Em nome de Jesus, oramos. Amém!