Estudo | Glenio Fonseca Paranaguá - A NECESSIDADE DE ORAR SEMPRE
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A NECESSIDADE DE ORAR SEMPRE
Disse-lhes Jesus uma parábola sobre o dever de orar sempre e nunca esmorecer. Lucas 18:1.
Esta parábola da viúva que ora, ensina que os filhos do Pai precisam sempre e firmemente orar, sem se perderem no coração. Isto é verdade num sentido geral a todos e de todos os tipos de oração. Mas o sentido especial em que é usado aqui é a oração pela libertação de Deus, em tempos de provação. É orar sem perder o coração durante o longo e cansativo intervalo entre a Primeira e a Segunda Vindas de Cristo.
Tudo indica que os discípulos de Jesus não eram dados a oração e moviam-se seguros com a presença física do Senhor, mas no terreno das três dimensões nunca há fé de verdade. A fé só se manifesta pela audição da palavra de Deus e a visão do invisível.
Os discípulos de Jesus tinham pouco ou nenhum interesse pela oração. Jesus, em sua presença física, lhes bastava, embora, chegaria um tempo, quando o Senhor lhes seria tirado deste mundo e eles precisariam do Espírito Santo para poderem orar.
A igreja de Laodicéia é a comunidade cheia de si mesma, que se basta, e, por isso, uma igreja que não ora. Quem não tem falta de nada, não tem nenhum interesse na vida de oração. Além do que, nesta igreja Jesus não faz parte das reuniões, uma vez que, encontra-se do lado de fora, batendo à porta para ver se alguém a abre. Aqui, nós vemos Jesus batendo à porta da igreja fechada em si mesma; não é a igreja batendo à porta da graça e misericórdia, em busca da suficiência do Senhor.
No tempo do fim parece ser uma era de muitas atividades na vida da igreja, mas de pouca oração. Há muita coisa boa em seu meio, mas falta o melhor; falta Jesus.
Jesus contou-lhes esta parábola da viúva e o juiz iníquo para ilustrar a grande necessidade da oração que a igreja teria no intervalo entre a Sua assunção aos céus e o Seu retorno à terra. Este é um período da presença imaterial de Deus e da carência que o povo de Deus tem de viver em oração, vivendo inteiramente pela fé, na Palavra de Deus.
Jesus contou uma história para mostrar que é necessário orar sempre, e jamais desistir: Havia um juiz iníquo, em determinada cidade que não se importava com Deus nem com as pessoas; mas uma viúva estava sempre atrás dele, pedindo: ‘Meus direitos estão sendo violados. Faça alguma coisa! Lucas 18:1-3.
Já vimos em outro estudo que oração é algo muito difícil. Há muitos obstáculos no seu processo e é complicado orar. Mas aqui Jesus mostra que é imperioso orar. Ele foi categórico sobre a importância de orar sempre, sem esmorecer, mesmo que tudo, por que você está orando, permaneça sem solução. A persistência na oração é vital para o pleno desenvolvimento da fé e o crescimento espiritual. Sem oração a fé fica estagnada.
“O valor de uma oração não é determinado por sua extensão, mas por sua real confiança e total persistência.” O filho de Deus precisa orar até perceber que entregou o seu pedido ao Pai e continuar orando em gratidão e louvor, como já tendo alcançado.
Se aquele juiz nunca desse atenção à mulher, ela jamais desistiria de seus rogos. Todos os dias aquela viúva estava aos pés do juiz insensível, apresentando a sua causa. Perseverança é um dos sinais da vida cristã, tanto nas orações como em toda a caminhada do cristão. Alguém disse que a raiz de toda constância está na consagração à Deus. Se estamos entregues nas mãos do Senhor, custe o que custar, perseveraremos.
O juiz só mudou de opinião por causa das importunações da mulher. Vejam os seus argumentos: Não me importo com Deus, e menos ainda com as pessoas. Mas, essa viúva não vai me dar sossego. Melhor eu tomar as providências para que ela receba justiça. Do contrário, vou acabar maluco com essa insistência. Lucas 18:4-5.
A coisa mais intrincada, nesta parábola, é ver Jesus comparar o juiz impiedoso com o Deus de toda graça. Ele toma como exemplo para aqueles que são intercessores, a figura desumana de um juiz iníquo, para representar a misericórdia do Pai.
Então, o Senhor disse: “Vocês ouviram o que disse aquele juiz, apesar de ser tão mau. Por que vocês pensam, então, que Deus não fará justiça ao seu povo escolhido, que sempre clama por ajuda? Acham que ele não vai ajudá-los? Garanto a vocês que vai, e sem demora. Mas a pergunta é: quanto dessa fé persistente o Filho do Homem vai encontrar na terra quando voltar?” Lucas 18:6-8.
Jesus comparou o juiz cruel com o Deus da graça e a viúva persistente com a igreja carente que nunca desiste de se apresentar diante do Senhor soberano do céu e da terra. Um Deus que não for misericordioso não será o Deus da graça plena e uma igreja que não ora, não pode ser considerada o povo escolhido do Pai.
Cristo não está falando de pessoas que se contentam com o possível e que se resignam com qualquer coisa, mas com aquelas que agarram-se com o impossível e vão até ao fim, confiando no caráter bondoso do Deus onipotente. Orar é confiar que a oração feita segundo a vontade de Deus, sempre será respondida pelo Pai, a Seu tempo.
Para o apóstolo João a coisa se resume assim: meu propósito em escrever é simplesmente este: vocês, que creem no Filho de Deus, saibam que, sem sombra de dúvida, têm a vida eterna — a realidade, não a ilusão. Na presença dele, temos confiança e liberdade para fazer nossos pedidos, de acordo com sua vontade, na certeza de que ele nos ouvirá. E, se temos essa certeza, sabemos que a resposta é garantida. 1 João 5:13-15. Não há a menor possibilidade de não acontecer.
As orações que têm respostas garantidas sempre serão feitas de acordo com a vontade de Deus. Nós precisamos orar continuamente de conformidade com a vontade do Pai. Foi deste modo que Jesus ensinou orar: seja feita a tua vontade, assim na terra como no céu. Mateus 6:10b. A vontade de Deus é a equação das orações garantidas.
A chave que destranca os portões da intimidade divina é a Sua própria vontade se expressando em nós. O centro da fé cristã é conhecer e conformar-se com a vontade de Deus; é viver em conformidade com o que Deus revela, como sendo a Sua vontade.
Portanto, vede prudentemente como andais, não como néscios, e sim como sábios, remindo o tempo, porque os dias são maus. Por esta razão, não vos torneis insensatos, mas procurai compreender qual a vontade do Senhor. Efésios 5:15-17. “Deus sempre revelará sua vontade a alguém que esteja disposto a cumpri-la.”
Não há vida cristã autêntica fora dos parâmetros da vontade de Deus. “Jesus ensinou-nos a sermos obcecados por viver de acordo com a vontade de Deus.”
O próprio Jesus foi uma pessoa que viveu aqui obstinado em fazer a vontade do Seu Pai celestial. Então, lhes falou Jesus: Em verdade, em verdade vos digo que o Filho nada pode fazer de si mesmo, senão somente aquilo que vir fazer o Pai; porque tudo o que este fizer, o Filho, também, semelhantemente, o faz. João 5:19.
A paixão de Jesus era fazer a vontade do Seu Pai, vejamos: Eu nada posso fazer de mim mesmo; na forma por que ouço, julgo. O meu juízo é justo, porque não procuro a minha própria vontade, e sim a daquele que me enviou. João 5:30.
Se nós quisermos aprender a orar, precisamos aprender com Jesus. Primeiro, buscarmos conhecer a vontade de Deus, depois orarmos segundo a vontade dEle. Jesus disse no dia da ressuscitação de Lázaro: graças te dou porque me ouviste. E depois ele foi mais explícito: Aliás, eu sabia que sempre me ouves, mas assim falei por causa da multidão presente, para que creiam que tu me enviaste. João 11:42.
Agora, se não obtemos o que pedimos, das duas uma: ou pedimos mal, fora da vontade de Deus, nada tendes porque não pedis; pedis e não recebeis, porque pedis mal, para esbanjardes em vossos prazeres, Tiago 4:2b-3, ou, pode ser que o pedido ainda esteja sendo preparado. Quem sabe se o Pai tem algo melhor para nos dar?
De qualquer forma, a questão é orar. George Müller, um homem que aprendeu a orar, orando, disse: “Vivo em espírito de oração. Oro enquanto ando, quando me deito e quando me levanto. E as respostas estão sempre chegando.”
Se nós quisermos aprender a orar, seria bom transformar a Bíblia em oração. Ore a Palavra de Deus, pois assim, não haverá como não orar segundo a vontade do Pai e, ainda, orar segundo as nossas necessidades, reveladas na Palavra. Que assim seja!